"As colheres feitas por Alvaro Abreu têm uma característica peculiar: é raro que alguém as veja
sem procurar tocá-las. As colheres são como ímã."

Adélia Borges, curadora

 

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APRESENTAÇÃO

A brincadeira de fazer colheres começou quando cortei, com um canivete, um pequeno pedaço de bambu que encontrei na varanda do sítio de um amigo. Foi com ele que descobri que as fibras surgem como linhas, pontos ou elipses, em função do ângulo do corte. Na infância, em cidade do interior, usei bambu para fazer vara de pescar, gaiola e pipa, sem nunca ter percebido a beleza das suas fibras. 

Sempre gostei de trabalhar com as mãos, mas foi depois de um infarto que passei a utilizá-las mais intensamente para cortar, raspar, lixar e alisar bambu em busca de formas simpáticas que me agradem. 

O trabalho com bambu foi ganhando espaço no meu cotidiano, evoluindo da condição de terapia ocupacional para a de atividade rotineira, extremamente prazerosa, porque desafiadora. A tarefa é resolver uma equação muito simples: conseguir fazer uma peça com um pedaço qualquer de bambu usando as ferramentas que estejam disponíveis. O serviço é bem simples e feito de forma progressiva: identificar defeitos de qualquer natureza e tentar acabar com eles. Aprendi que os defeitos vão diminuindo de expressão, exigindo que se aprimore a capacidade e a disposição de conseguir encontrá-los.

Com o passar do tempo descobri que muito melhor do que fazer uma colher, é fazer uma colher para dar de presente para alguém que me peça ou para quem mereça um agrado.

É bom que se saiba que não comercializo as peças que faço e que adoro mostrá-las a quem se emocione com colheres e que admire os bambus, como eu.

Neste site você poderá ver peças que produzo com ferramentas manuais muito simples e saber um pouco sobre os processos de trabalho que uso e gosto de ensinar em workshops, quando convidado.

 

Fotos de capa: Hans Hansen [recorte de fotos feitas para o livro "Alvaro Abreu bamboo"]